"Nem eu nem ninguém pode viajar essa estrada por você. Você deve atravessá-la sozinho"

Walt Whitman

terça-feira, 31 de agosto de 2010

INTRODUÇÃO A ARQUITETURA ROMÂNICA

Foto 01 - Igreja Templária em Torres del Rio (Navarra)

Para que possamos usufruir melhor de uma visita a Europa, e mais especificamente, para se entender dos estilos artísticos e arquitetônicos encontrados no Caminho de Santiago, um pouco de conhecimentos sobre os períodos históricos classificados com Românico, Gótico, Renascentista, Barroco e Neoclássicos, principalmente, ajudam a compreender e aproveitar melhor da viagem, a partir esses estilos artísticos encontrados ao longo de Caminho.

No ano 800, da era cristã, Carlos Magno é coroado imperador do Oriente pelo papa Leão III. O poder real une-se então ao poder papal e o rei franco torna-se o protetor da cristandade, dando-se início a um desenvolvimento cultural mais intenso. Em sua corte surgem as academias literárias e desenvolvem-se oficinas onde são produzidos objetos de arte e manuscritos ilustrados.

Segundo consta, foram a partir dessas oficinas, que se originaram as dos mosteiros, desempenhado importante papel na evolução da arte após o reinado de Carlos Magno. O trabalho nessas oficinas levou os artistas a superarem o estilo ornamental da época das invasões bárbaras e a redescobrirem a tradição cultural e artística do mundo greco-romano, cujos edifícios de Roma, eram fontes de inspirações, dando assim, origem ao estilo que passou a chamar-se românico.

Surgiu no final dos séculos XI e XII, e são nas igrejas que encontramos melhores manifestações desse estilo; elas são sempre grandes e sólidas, daí serem chamadas “Fortalezas de Deus”. As suas formas básicas são facilmente identificáveis, a começar pelas fachadas, que é formada por um corpo cúbico central, com um único portal entre paredes espessas com aberturas estreitas usadas como janelas. Contém geralmente uma ou duas torres de vários pavimentos nas laterais, finalizadas por tetos em coifa. Um ou dois transeptos(1), ladeados por suas fachadas correspondentes, cruzam a nave principal. Os arcos são formados por 180 graus. Frisos de arcada de meio ponto estendem-se sobre a parede, dividindo as plantas (Fotos 02 e 03).

O motivo da arcada também se repete como elemento decorativo de janelas, portais e tímpanos (parte abobadada acima dos portais). Como vivia numa época que poucas pessoas sabiam ler, a Igreja recebia à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas ou comunicar valores religiosos aos fiéis. Um lugar muito usado para isso eram os portais, na entrada do templo. No portal, a área mais ocupada pelas esculturas era o tímpano (Foto 04). As colunas são maciças e culmina em capitéis cúbicos – parte superior das colunas – lavrados com figuras de vegetais e animais. No conjunto dos templos, as formas cúbicas de muros e fachadas se combinam com as cilíndricas, de apses (2) e colunas. Nesse estilo destacam-se a Igreja de San Lorenzo em Sahagún, na província de León e, as Igrejas de San Martin de Tours em Frómista e de Santa Maria La Blanca, em Villalcárzar de Sirga, ambas localidades estão na província de Palência, comunidade autônoma de Castela e León. (Fotos 05 a 08).

Foto 02 - Interior da Igreja em San Juan de Ortega (Exemplo de um único portal)

Foto 03 - Planta baixa da Catedral de Santiago de Compostela (Exemplo do transepto)


Foto 04 - Tímpano da Igreja de Santa Maria la Branca em Villalcázar de Sirga


Embora hoje em dia os resultados dessa abordagem nos pareçam pouco sofisticados, atrasados em relação às aquisições do império romano ou do Oriente em geral, o românico significou em sua época um progresso para a Europa, esgotada e embrutecida por inumeráveis invasões bárbaras que duraram quase cinco séculos. A paz que Carlos Magno impôs na Europa reflete-se nesse estilo, fundamento de toda a cultura que se seguirá a ele.

(1) O transepto é a parte de um edifício de uma ou mais naves
que atravessa perpendicularmente o seu corpo principal perto do coro e dá ao edifício a sua planta em cruz. O cruzeiro é a área de intersecção dos dois eixos.

(2) Em arquitetura, apse (Latin absis “arco”; escrito às vezes apsis; plural apses) é um rebaixo semicircular. Em abadia, catedral e igrejas, o termo é aplicado à seção semicircular ou poligonal do santuário na extremidade do espaço litúrgico além do altar-mor. Geometricamente falando, um apse é a metade-cone ou metade-abóbada.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Transepto.
http://www.worldlingo.com/ma/enwiki/pt/Apse
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Editora Ática S.A. 1990.

(I) INTRODUÇÃO A ARQUITETURA ROMÂNICA

Alguns dos belos exemplos da arquitetura românica no Caminho de Santiago


Foto 05 - Igreja de San Lorenzo em Sahagún

Foto 06 - Igreja de Santa Maria Magdalena em Frómista

Foto 07 - Igreja de Santa Maria la Blanca em Villalcárzar de Sirga

Foto 08 - Coluna e capiteis românicos da Catedral de Santiago

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

AS CIDADES E A MEMÓRIA - SANTIAGO DE COMPOSTELA

Foto 01 - Final da tarde em Santiago

Em plena Galícia, Santiago de Compostela tem, entre tantos outros atributos, o privilegio de ser Patrimônio da Humanidade. Reconhecida pela UNESCO, em 1984, o centro histórico da cidade à condição de Patrimônio Cultural da Humanidade. A capital política e administrativa da Comunidade Autônoma da Galícia é um autentico museu a céu aberto.

Sendo uma cidade emblemática para a cristandade medieval, ainda é, na atualidade, uma meta para milhares de peregrinos modernos em busca da espiritualidade e das belezas monumentais, para tantos outros. Seu maior atributo é preservar embaixo do altar-mor da imponente Catedral os restos mortais do Apóstolo Tiago.

No entanto, quer as relíquias santas, ou a monumental fachada do Obradoiro, (“obra de ouro”, para uns ou “lugar de obras” para outros) erguida sob as torres barrocas, obra de Francisco de Casas Novas, sobreposta à românica primitiva, ou, bem como, o seu magnífico interior onde se encontra a maior jóia artística compostelana: o Pórtico da Glória, ecoando belos acordes tubulares do órgão da Renascença, invadindo os ouvidos modernos, enquanto o imenso incensário (Botafumeiro, em galego) é aceso e levantado sob a nave central pelos “tiraboleiros”, é mais do que motivos para soltar as maiores exclamações de admiração. (Fotos 02 a 04)

Qualquer passeio pode ter o seu melhor ponto de partida na Praça do Obradoiro, considerada uma das mais belas praças do mundo, sentimo-nos cercados de monumentos românicos, barrocos e neoclássicos, com uma beleza de formas, difíceis de dimensionar. Ao seu lado está o Hostal de los Reyes Católicos com fachada plateresca, fundado pelos reis católicos como Hospital Real da Renascença, no século XVI, hoje transformado em um luxuoso hotel. O Palácio de Rejoy, de estilo neoclássico é hoje a atual Câmara Municipal, e o Colégio de San Jerônimo (Pazo de Xerome – Palácio de Xerome), sede da Reitoria da Universidade. No final da tarde, iluminada estrategicamente pelos últimos raios solares, matizando-as de dourado, é um sonho (Foto 05 e 06).

O centro histórico apóia-se em arcadas sombreadas e pracinhas religiosas, onde cantam as águas das fontes e se escondem palácios, igrejas e conventos, que se tem de descobrir com olhares atentos (Fotos 07 a 10).

Mas, para além de um passado onipresente, os importantíssimos investimentos feitos para melhorar o Caminho de Santiago, deram-lhe um novo perfil arquitetônico, dinâmico e certo e uma vida cultural intensa.

(I) - AS CIDADES E A MEMÓRIA - SANTIAGO DE COMPOSTELA

Foto 03 - Fachada da Catedral

Foto 03 - Hostal dos Reis Católicos

Foto 04 - Palácio de Rejoy

Foto 04 - Interior da Catedral e Órgão Renancentista

Foto 06 - Interior da Catedral (Botafumeiro)


(II) AS CIDADES E A MEMÓRIA - SANTIAGO DE COMPOSTELA

Foto 07 - Lateral da Catedral e entrada pela Porta Santa

Foto 08 - Centro Velho da Cidade


Foto 09 - Chafariz e Palacete

Foto 10 - Arcadas do Palácio Rejoy




(III) AS CIDADES E A MEMÓRIA - SANTIAGO DE COMPOSTELA

FACHADA DO OBRADOIRO

Projetada por Fernando de Casas y Novoa em estilo barroco, foi terminada por volta de 1747. Em ambos os lados da porta principal há duas pequenas torres quadradas, românicas, sobre as quais se levantam as atuais torres barrocas.

PALÁCIO DE RAXOI

Hoje, sede da prefeitura de Santiago e da presidência da Xunta de Galiza, foi construído pelo Arcebispo Raxoi, para alojar um seminário para meninos do coro, acólitos e sacerdotes, além de cárcere.

PALÁCIO DE XEROME

Construído para o Colégio da Universidade em meado do século XVIII, é hoje a sede da Reitoria da Universidade de Santiago de Compostela. A portada em estilo neo-românico procede de um hospital para peregrinos chamado “Hospital Viejo” ou de Santiago, que existiu na Praça da Azabachería entre os séculos XII e XVI. Esta portada, do final do século XV, foi transladada para aqui quando o hospital desapareceu. No alto uma escultura da Virgem com o Menino Jesus. Acima da arquivolta, o escudo do fundador Fonseca.


Na lateral existe uma curiosa árvore (tipo genealógica) que contém em seus galhos, placas com nomes das profissões existentes no século XVIII. Aqueles estudantes que ficavam em duvidas sobre a profissão a ser seguida ficavam de costa para o painel; vedava os olhos e depois retornava caminhando até as placas. Aquela que ele apontava “cegamente”, era a profissão a ser seguida.


HOSTAL DE LOS REYES CATÓLICOS

Fundados pelos Reis católicos é uma edificação levantada nos primeiros anos do séc. XVI entre 1501 e 1509. Iniciado em estilo plateresco, sofrendo posteriormente adições barrocas. A grande varanda projetada na extensão da fachada é segura pro pequenas colunas ornamentadas com motivos vegetais e figuras como guerreiros, sátiros, bodes, símios efebos, etc. estas varandas foram colocadas após a restauração a partir de 1677.

(IV) AS CIDADES E A MEMÓRIA - SANTIAGO DE COMPOSTELA


CURIOSIDADES






IGREJA DE SÃO FRUCTUOSO

Como está situada na parte baixa do terreno, em relação ao nível da Praça do Obradoiro, ela foi projetada para ser observada investidamente, ou seja, da parte superior para a base. No alto as formas são mais detalhadas e monumental, enquanto que na parte inferior são mais simples já que ela é mais bem vista do alto



MOSTEIRO DE SAN MARTIÑO PINARIO

A história do Mosteiro remonta-se ao séc. IX quando foi erguido. Porém o atual foi erguido no século XVI, embora a parte central da fachada seja barroca. Atualmente abriga o Seminário Maior da Diocese. O chafariz é obra do Fernando de Casas y Novoa, o mesmo artista que projetou a fachada do Obradoiro.




CONVENTO DE SÃO FRANCISCO

Segundo alguns dados, o Convento foi fundado pelo próprio São Francisco, na sua visita à cidade no ano de 1214. Em sua local foi erguida a fachada atual, entre os séculos XVI e XVII.














sexta-feira, 27 de agosto de 2010

I - VIEIRAS: AS MARCAS DO CAMINHO


Uma das marcas simbólicas do Caminho de Santiago. Juntamente com as setas amarelas (vide texto anterior, Las flechas amarillas, 19/07/2010), a Vieira – Concha de moluscos encontrado na região costeira da Galícia – é o símbolo condutor dos peregrinos há milhares de anos. Elas são estilizadas, de acordo as localidades, transformando-as numa identidade regional.

As explicações sobre sua simbologia, ligada a peregrinação, no geral, diz respeito à associação a chegada dos restos mortais do apóstolo Tiago pelo mar.

Estejam elas atribuídas aos milagres do Santo ou, simplesmente, como referencias taxativa da volta dos despojos do Apóstolo, à Península Ibérica, pelo mar; hoje, é uma lembrança indispensável como “prova” material da peregrinação, ou visita, a cidade de Santiago de Compostela.


Porém, outras probabilidades sobre a ligação da Vieira a Peregrinação são levantadas por outros pesquisadores.

(1) “A concha de certos moluscos era utilizada pelos povos da Península e do Sul de França para beber água, muito antes do cristianismo, quando se faziam peregrinações a Finisterra (ao fim do mundo) em adoração do pôr-do-sol. Chegando à beira-mar, estes peregrinos pré-históricos recolhiam as vieiras na praia como prova da sua viagem. Com o tempo, a vieira transformou-se no símbolo das peregrinações a Santiago de Compostela, em alusão à vinda do santo de barco para a Galícia, passando a ser comercializada como “recuerdo” e como prova de que tinham realmente chegado ao santuário. Os peregrinos levam-na pendurada ao pescoço e usam-na para saciar a sede nas fontes por onde passam”.

(2) [...] Mas um peregrino espanhol que encontrei no Caminho, já idos, abriu-me os olhos para outras possibilidades. Disse que o Caminho de Santiago cristão é apenas parte da história. Desde tempos que se perdem na memória, e que são bem anteriores a Cristo, a rota era sagrada para muitas religiões pagãs – que tinham na concha de vieira um de seus símbolos recorrentes. Essas religiões floresceram no período matriarcal da história, muito antes da era cristã, e eram diretamente ligadas ao culto da Grande Mãe Mediterrânea, a mais importante divindade naqueles tempos.
No decorrer da era greco-romana, implantaram-se na Península Ibérica cultos muito poderosos ás deusas Ártemis, Íris, Cibele e Afrodite, entre outros. Muitos de seus santuários situavam-se em pontos estratégicos do caminho. Enquanto o processo de conversão ao cristianismo estava em curso na Europa, o culto às antigas deusas persistia. À medida que passou a dominar, a religião cristã procurou absorver de algum modo os cultos pagãos anteriores, ainda muito fortes para serem aniquilados. Um grande número de igrejas cristãs no Caminho de Santiago, inclusive a Catedral de Compostela, foi erguida sobre as ruínas de templos pagãos.”

(1) Fragmento dos textos de Rosário Sá Coutinho e Inês Teotónio Pereira. Os Caminhos de Santiago: Passo a passo seguindo as pegadas dos peregrinos pelos seis principais Caminhos Portugueses. Revista Evasões, Ano 1, abril de 1999, nº 12. p,55

(2) Trecho do texto: Santiago da Via Láctea, de Luis Pellegrini. Os Pés Alados de Mercúrio: Relatos de viagens à procura do self / Luis Pellegrini. São Paulo: Axis Mvndi, 1997, p, 188.

Para saber mais, acesse: http://www.caminhodesantiago.com/walter/concha.htm


II - VIEIRAS; AS MARCAS DO CAMINHO

Algumas imagens das reproduções das conchas, espalhadas em diversos pontos do Caminho de Santiago.


Foto: Na entrada da cidade de Logroño

Foto: Na etapa S. Domingos de la Calzada - Belorado

Foto: Em Redencilla del Camino

Foto: Em Belorado

Foto: Na etapa Belorado - S.Juan de Ortega

III - VIEIRAS: AS MARCAS DO CAMINHO

Foto: Na etapa de Castrojeriz - Boadila del Camino

Foto: Na etapa de Fromista - Carrion

Foto: Em Carrion de los Condes

Foto: Nas calcadas em León

Foto: Na etapa para Foncebadón


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

I - Província de León


Foto 01 - Cidade de León

O Caminho atravessa neste trecho de 118 km da província de León, praticamente 24 localidades, porém cinco comarcas merecem uma visita mais detalhada, Sahagún, (a primeira cidade da província), León (a capital da província), Astorga, Ponferrada e Villafranca Del Bierzo.

Os contrastes paisagísticos da região são notáveis. Extensas planícies, final das “Mesetas Castellana”, alteram-se as regiões montanhosas, onde a neve está presente em boa parte do inverno. Por isso, convém tomar cuidado antes de aventurar-se por essa região nessa época do ano (Fotos 02 a 04).

Antes de chegar a León passamos por Mansilla de las Mulas, cidade que ainda conserva em pé uma parte das muralhas medievais. Foi uma cidade profundamente ligada à peregrinação e contou em outros tempos com quatro hospitais, dois conventos e sete igrejas (Fotos 05 e 06).

León foi uma das principais cidades cristãs da Idade Média, o edifício mais importante da cidade é a Catedral de estilo gótico, que começou a ser construído em meados do século XIII e foi completada em menos de cem anos. O que mais chama a atenção são os enormes vitrais que cobrem uma área de 1800 m2, sobre vários temas, de monstros míticos a plantas. Muitos retratam santos e personagens de histórias bíblicas. O da Capilla de la Natividad mostra peregrinos em adoração no túmulo de São Tiago, em Santiago de Compostela (Fotos 07 a 09)

Chegando a Astorga uma visita obrigatória é a Catedral. Contemplar a fachada barroca, de pedra rosada que fica resplandecente ao entardecer, é um espetáculo imperdível. Outra construção que chama a atenção é o Palácio Episcopal, obra de Gaudí, famoso arquiteto modernista consagrado por suas obras em Barcelona (Fotos 10 e 11).

Um pouco mais chegamos à Rabanal Del Camino (1) e a lendária Foncebadón (2), mais adiante encontramos a Cruz de Ferro (3). Monumento crucial do Caminho onde segundo a tradição dos peregrinos deve-se jogar uma pedra em sua base para marcar a passagem pelo lugar. Muitos peregrinos levam a pedra desde seu país de origem (Foto 12 a 14).

Uma vez em Ponferrada pode-se apreciar o santuário gótico de Santa Maria de La Encina, e o Castelo Templário do século XII (4), um dos maiores do Caminho, (Fotos 15 e 16).

A última localidade da província de León é Ruitelán a caminho da temida e aguardada subida ao Cebreiro.

As localidades que servem como apoios dentro da provincia de León são: Sahagún, Calzada Del Coto, Bercianos Del Camino, El Burgo Raneros, Reliegos, Mansillas de las Mulas, León, Villadangos Del Pásamo, Hospital de Órbigo, Astorga, Muridas de Rechivaldo, Santa Catarina de Somoza, El Ganso, Rabanal Del Camino, Foncebadon, El Acebo, Riego de Ambrós, Molinaseca, Ponferrada, Cacabelos, Villafranca Del Bierzo, Pereja, Vega de Valcare e Ruitelán.

II - Província de León

Foto 02 - Santa Catarina de Somoza

Foto 03 - Rabanal del Camino

Foto 04 - Descida para El Acebo

Foto 05 - Mansilla de las Mulas

Foto 06 - Muralhas medievais em Mansillas de las Mulas


III - Província de León

Foto 07 - Casa Botine, em León. Obra atribuída ao arquiteto catalão Antoni Galdi

Foto 08 - Catedral de León

Foto 09 - Vitrais da Catedral de León

Foto 10 - Palácio Episcopal em Astorga, arquitetura de Guadi

Foto 11 - Frontão da Catedral de Astorga


IV - Província de León

Foto 12 - Igreja de Rabanal del Camino

Foto 13 - Vilarejo de Foncebadón

Foto 14 - Cruz de Ferro

Foto 15 - Castelo Templário em Ponferrada

Foto 16 - Igreja de Santa Maria de la Encina em Ponferrada
(1) [...] Muitas igrejas ao longo do percurso haviam sido construídas pelos Cavaleiros Templários. Uma, em Rabanal, era dedicada a Santa Maria e incluía os restos da estrutura românica original do século XII. Lá, segundo a lenda medieval, um dos cavaleiros de Carlos Magno se casara com a filha do sultão mouro...” Trecho do livro de Shirley MacLaine: O Caminho: uma jornada do espírito, Tradução de Renata Catanhede Amarante. Rio de Janeiro: Sextante, 2000. p, 159

(2) [...] Vimos a vila de Foncebadón surgindo ameaçadora em meio à névoa matinal, desbancando todos os efeitos especiais dos filmes de Hollywood de que eu já tomara parte. Senti uma pontada de medo e agarrei a minha cruz. Ouvi Ariel dizer: “Fique calma. Não atraia o caos”. Relaxei um pouco...”. Trecho do livro de Shirley MacLaine, p, 161.

(3) [...] um dos lados do povoado dava para um precipício, e a nossa frente, atrás de um monte, estava um dos mais importantes marcos do Caminho de Santiago: a Cruz de Ferro. Desta vez era eu que estava impaciente e querendo chegar logo naquele estranho monumento, composto de um imenso tronco de quase dez metros de altura, encimado por uma Cruz de Ferro. A cruz havia sido deixada ali desde a época da invasão de César, em homenagem a Mercúrio. Seguindo a tradição pagã, os peregrinos da Rota Jacobea costumavam depositar a seus pés uma pedra trazida de longe...”. Trecho do livro de Paulo Coelho. O diário de um mago. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2006, pp,160-161.

(4) “Templários - foi uma ordem militar religiosa, criada no tempo das Cruzadas para defender os peregrinos da Terra Santa. Foi fundada em 1119 e eram assim chamados porque o rei Balduíno II lhes destinou como residência o Templo de Salomão, em Jerusalém. Como houvessem adquirido em França grandes riquezas, o rei Felipe, o Belo, desejoso de se apoderar delas, e tendo como instrumentos inquisidores reais, os declarou hereges. Jacques de Molay, grão-mestre da ordem e todos os cavaleiros que se encontravam em França, foram perseguidos, presos e queimados nas fogueiras. O papa Clemente V, dominado pelo soberano francês, dissolveu a Ordem dos Templários em 1312”. Trecho do livro de Paulo Roberto T. Silva. Ruta Jacobea: O Caminho de Santiago de Compostela. Rio de Janeiro: P.R.T.Silva, 1999, p.117.