"Nem eu nem ninguém pode viajar essa estrada por você. Você deve atravessá-la sozinho"

Walt Whitman

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

INHOTIM: Espaço das Artes Contemporânea e Botânica

O Instituto Inhotim é uma organização privada que disponibiliza as terças-feiras, desde que não seja feriado, a entrada gratuita. É um maravilhoso espaço, em torno de 100 ha, no qual acolhe centenas de obras de artes contemporânea e variadas espécies vegetais. O nome "Inhotim" faz lembrar os neologismos das obras de João Guimarães Rosa, Senhor - Nhô ou Inhô - Tim. Teve seu princípio a partir de uma casa de fazenda e o seu jardim projetado por Roberto Burle Marx. 

Estando em Belo Horizonte no dia 12 de junho, dia que se comemora o Dia dos Namorados, acabei dando-me um dos melhores presentes, afinal sou apaixonado pelas artes, principalmente pela plástica, fui conhecer o Instituto Inhotim. Para todos aqueles que gostam das artes plástica e da botânica não deve deixar de visitar o Instituto. Esta localizado na cidade de Brumadinho, a 60 km da capital mineira. O acesso é bem fácil, existe ônibus direto que saem da estação rodoviária de BH, todo o instante, para a localidade.

É um projeto arrojado, idealizado pelo empresário Bernardo Paz - tinha que ter em seu nome uma palavra tão forte, "PAZ". O espaço transmite uma grande paz, excelente exercício para aos nossos cinco sentidos. Nenhuma foto, documentário ou vídeo, são capazes de registrar o que é para ser vivido e vivenciado "in loco", pois o espaço aflora a visão, audição, olfato, tato e paladar. 

São várias galerias estrategicamente posicionadas numa área que envolve natureza, paisagismo e arte.   

Para conhecer melhor, acesse o site:  http://www.inhotim.org.br/

Recepção do Instituto Inhotim 


Na Galeria da Praça, a primeira galeria que visitei, a obra da artista Janet Cardiff já nos leva a transcender usufruindo dos recursos da alta tecnologia, um dos meios expressivos empregado pela artista, trata-se da instalação Forty Part Motet [Moteto de quarenta partes]    

Galeria da Praça

Forty Part Motet, 2001, instalação sonora em 40 canais, de Janet Cardiff



Ouça o fabuloso moteto compostos por Thomas Tallis, compositor do século 16, para comemoração do aniversário da Rainha Elizabeth 1ª, em 1575. A peça musical foi cantada pelo coro da catedral de Salisbury e utilizada como base para essa instalação da artista Janet Cardiff.   

Na área externa da Galeria da Praça encontram-se os murais dos artistas norte-americano John Ahearn   e o porto-riquenho Rigoberto Torres, "Abre a porta", trabalho confeccionado em vidra de vidro e tinta automobilística, retratando o cotidiano e a riqueza cultural da comunidade de Brumadinho. OBS.: As obras externas podem ser fotografadas.     


"Abre a porta", de John Ahearn e Rigoberto Torres 


Na Galeria Cildo Meireles acolhe grandes obras do artista como: "Desvio para o Vermelho", "Clove Trotter" e "Através". Essa última citada, leva ao visitante experimentar, través de sua estrutura labiríntica, novas descobertas. A proposta é que o corpo tenha uma "experiência sensorial das descobertas". Romper o medo, "deixar para trás", e penetrar em seus corredores aparentemente frágeis e transparentes, nem sempre é um percurso fácil de superá-lo.  


"Através", de Cildo Meireles

A obra da artista Rivane Neuenschwander, "Continente/Nuvem" fica instalada numa das casas mais antiga da fazenda, uma casa de 1874. Em seu interior a artista construiu no teto um forro transparente com milhares de bolinha de isopor que criam desenhos aleatórios ao embalo dos ventos.





Continente/Nuvem (2008)

A galeria Adriana Verejão já é uma obra de arte a parte. Instalada sobre um "lago artificial", seu espelho d´água proporciona a ilusão de placas de vidros sobre a grama, plano, tranquilo, parado. No interior da galeria abriga obras inquietantes, reflexivas, que contrasta com o  calma exterior.       



"Celacanto provoca maremoto"

"Linda do Rosário"

Essa obra toma emprestado o nome de um hotel de encontro que desabou no Rio de Janeiro em 2002. Dois corpos foram encontrados nos escombros da construção.  



No terraço da galeria está a obra, "Passarinhos - de Inhotim".   

"Viewing Machine"

Obra de Olafur Eliasson que tem como princípio o caleidoscópio.


http://www.projetoblog.com.br/2012/centro-de-arte-contemporanea-inhotim/

O Instituto Inhotim possui uma das maiores coleções mundial de palmeira, com cerca de 1400 espécies/híbridos/variedades. 



 Uma galeria que merece atenção é o Galpão Cardiff & Miller. Nesse "amplo espaço, os artistas instalaram um ambiente sonoro inspirado na gravura O sono da razão produz monstros (1799), de Goya, composto de gravações de marchas, canções de ninar, texto falado e composições musicais, assim como de uma trilha de efeitos incidentais. Soando de 98 altofalantes montados em cadeiras, em pedestais e nas paredes e evocando uma revoada de aves, a obra conduz o espectador através de uma narrativa de sonho que revela as qualidades físicas e escultóricas do som".  

O texto de Mariana Lage, transmite uma sensação da obra. 
http://conversearteexpandida.wordpress.com/2011/05/24/the-murder-of-crows/


Galpão Cardiff & Miller


No Instituto Inhotim a instalação está montada numa galeria/galpão, construída exclusivamente para essa obra.    



Veja uma pequena demonstração da fantástica obra "Murder of Crows", dos artistas Janet Cardiff & George Bures Miller, "O Sono da Razão Produz Monstros" trabalho inspirado na gravura de Goya, instalada no Galpão Cardiff & Miller, [Galeria F - mapa de visitação]. 


"Piscina" de Jorge Macchi


Bean Drop Inhotim, 2008



Vídeo mostrando a construção da obra  "Bean Drop", de Chris Burden em Inhotim. 

"Elevazione" de Giuseppe Penone

"Troca-troca" de Jarbas Lopes

"Troca-troca"


"A Bica" de Marepe

OBS.: Marepe, Marcos Reis Peixoto, é um artista que vive em Santo Antônio de Jesus, interior da Bahia.   




Galeria True Rouge


"True Rouge" de Tunga


Galeria de Doris Salcedo

Outra obra intrigante é "Neither" de Doris Salcedo. Obra inspirada na sua visita a campo de concentração de Auschiwitz. Consiste numa sala "vazia" cuidadosamente elaborada com paredes trabalhadas meticulosamente com placas de gesso e aço. O espaço apesar de ser uma caixa branca e de grande proporção pode provocar a sensação de claustrofobia.   

"Neither" de Doris Salcedo



A bela Galeria Miguel Rio Branco fica no caminho de acesso das obras de Matthew Barney e Doug Aitken, obras que apesar da "longa" distância do centro do parque e ficaram na montanha, parte elevada da fazenda, são também magníficas e merecem o esforço.  

Galeria Miguel Rio Branco


Lanchonete da Galeria Miguel Rio Branco


A Galeria de Matthew Barney é erguida numa clareira da mata, distante cerca de 1 km a partir da Galeria Miguel Rio Branco. 

Galeria Matthew Barney


Obra " Da Lama Lâmina" de Matthew Barney 


Na parte alta da montanha de delimita a área do Instituto Inhotim, está instalada a obra de Doug Aitken, intitulada "Sonic Pavilion" [Pavilhão Sônico] ou "Sons da Terra", "é uma obra desenvolvida a partir de uma ideia pré-existente e resultado de um processo de cinco anos, entre pesquisa, projeto e construção. A obra se fundamenta num princípio bastante simples, embora ambicioso e de complexa realização. trata-se de abrir um furo de 200 metros de profundidade no solo, para enel instalar uma série de microfones e captar o som da terra".  



Galeria Doug Aitken



Obra de Edgard de Souza

"Penetrável Magic Square" de Helio Oiticica

Obra de Yayoi Kusama

"Narcissus garden" de Yayoi Kusama

A obra "Narcissos garden" fica instalada no terraço do Centro de Educação & Cultura 
Burle Marx