"Nem eu nem ninguém pode viajar essa estrada por você. Você deve atravessá-la sozinho"

Walt Whitman

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

LENÇÓIS MARANHENSES - Diário de uma travessia do Grupo Veredas



Grupo Veredas

Entre os dias 10 a 17 de junho de 2014, alguns integrantes do grupo de caminhadas Veredas, de Salvador-Ba, e mais alguns amigos e simpatizantes do grupo, partiram para mais uma aventura; dessa vez pelos belos cenários maranhense, do famoso LENÇÓIS.

Essa viagem foi cuidadosamente organizada por Tânia, veterana integrante do grupo, que possui muitos amigos entre os nativos daquele lugar, o que nos garantiu uma excelente acolhida. Uma logística que envolveu passagem aérea, translado diversos, hospedagens, guia, carregadores e alimentações.

Fomos guiados pelo experiente Tealbes (Teté) e, em geral, éramos recebidos com muita alegria nas casas. Também integrava a equipe de apoio alguns jovens que trabalharam como carregadores de mochilas. O grupo era bastante heterogêneo e isso nos proporcionou uma diversão bastante eclética.

A época escolhida foi excelente, meado de junho, quando as lagoas estão cheias e com poucas chuvas. Também optamos pela presença da lua cheia, um espetáculo a parte, que nos acompanhou durante todas as noite.

Roteiro:

10/06/2014 - São Luís - Barreirinhas - Atins - Canto do Atins (Pousada da Luzia)
11/06/2014 - Canto do Atins para Ponta do Mangue (Casa de Dona Ziluca) - Dormida nas Dunas.
12/06/2014 - Caminhada para Baixa Grande na Casa da Loza.
13/06/2014 - Baixa Grande - Queimada dos Brito - (Almoço casa de Dona Binú e Sr. Massun), dormida na Queimada dos Paulo.
14/06/2014 - Completar a caminhada até Santo Amaro.
15/06/2014 - Passeio para Lagoa Mucuri - Betânia - Lagoa da Serra.
16/07/2014 - Santo Amaro - Humberto de Campos - São Luís
17/06/2014 - São Luís - Salvador.    



10/06/2014 

O local de encontro foi o aeroporto de São Luís. Depois que conseguimos reunir todo os integrantes da caminhada, por volta das 14 horas, pois viajamos em diferentes voos, seguimos para Barreirinhas em um micro-ônibus fretado. A viagem durou 4 horas, chegando em Barreirinhas em torno das 17:45, onde fomos recebido pelo nosso guia Tealbes, para prosseguirmos a viagem até Atins.
  
Barreirinhas - MA

Como nosso horário já estava mais que estourado seguimos a aventura para Atins em duas embarcações, tipo voadeira, pelo rio Preguiça. 

Cais do Rio Preguiça - Barreirinha - MA


No percurso entre o lusco-fusco do entardecer, contemplamos revoadas de garças emolduradas pelos buritis e açaís que margeava o rio.    


Momentos que inspirou o companheiro do grupo, Pain,a declamar um pequeno verso:

"Preguiça ainda de peito
muito custo de criar
quase morreu de fome
com preguiça de mamar." 



Assim que chegamos na região conhecida como Farol de Mandacaru, depois de 2 horas de navegação, por volta das 19 horas, prosseguimos de veículos Toyota para a localidade de Canto dos Atins, para a pousada da Luzia, local contratado para o pernoite e jantar. 



11/06/2014

Assim que acordamos e desmontamos o acampamento, partimos para a aventura, propriamente dita, da caminhada pelos Lençóis Maranhense. No princípio foi uma caminhada leve de 45 minutos até a Ponta do Mangue, para a casa de dona Ziluca, localidade que ficaríamos para o almoço e banho de lagoa.  



Lagoa do Mário

Assim que chegamos na casa de Dona Ziluca, deixamos as nossas mochilas e fomos passar o restante da manhã na lagoa do Mário que fica próximo da casa. 

Na volta um farto e delicioso almoço foi servido com inúmeras iguaria para todos os gostos: ensopado de cabrito ao molho de coco, frango caipira ao molho pardo, peixe, abobora, para os naturalistas, arroz, macarrão, salada, etc.   


Depois do almoço, cada integrante do grupo procurava uma das redes, armadas sob os pé de cajueiro, e/ou colocava esteiras pelas areias para uma cochilada até por volta das 17 horas quando prosseguimos a caminhada para alguma duna a frente, já que o grupo concordou em adiantar um pouco mais da caminhada, que seria mais puxada, até a baixa Grande.    


Adotamos a estratégia de caminhar mais no final da tarde até às 20 horas, aproveitando a brisa e a luminosidade da lua cheia.




12/06/2014

Por volta das 04 horas o nosso guia começou a acordar o grupo para desmontar o acampamento e seguir caminhada até às 10 horas, quando encontrávamos algumas das comunidades para descansar, almoçar e aproveitar o restante do dia.  




Parada para o café da manhã







Baixa Grande

Trecho do "Diário de uma travessia do Grupo Veredas", produzido por Patrícia e revisado por Tânia.

"A propriedade de Maria Loza e família é um belo oásis. A casa é simples, feita de madeira e telhado de palha trançada da palmeira buriti. A energia é originada de gerador. Conta com dois banheiros do lado de fora e espaço suficiente para receber grupos, em redes e barracas. Fico no alto de uma duna, com uma linda vista para o poente e também para as lagoas, que contornam a propriedade na parte mais baixa."  


Casa de Maria Loza e sua família

"O dia terminou com uma cena de filme: do lado de fora o céu parecia pegar fogo com o vermelho do sol se pondo no horizonte; dentro da casa, em volta de um rádio, a família e parte do grupo tentava ouvir a abertura da Copa do Mundo de Futebol, com o jogo do Brasil contra a Croácia. Entre chiados e zumbidos de estática, deu para saber que o placar foi 3 x 1."


Loro (sem camisa) e a equipe auxiliar da caminhada.

"Depois do jantar, todos se reuniram numa grande roda na frente da casa. Loro, Júlio Maia, Dmitri, Teté e andrezinho se revezaram para contar piadas e causos, à luz do luar. Loza fez uma fogueira e convidou todo mundo para assar castanha de caju, Carla foi a única que se animou. O dia terminou em paz", afinal era também dia dos namorados. 


13/06/2014


Após o café da manhã o grupo enfrentou a travessia das lagoas que ficam ao redor da casa de Loza e seguiu para o "Oásis dos Paulos". Patrícia optou em seguir de quadriciclo e encontrar o grupo na próxima parada que seria a casa de Dona Binú e Sr Massun 









Comunidade do Oásis dos Britos 

Antes de chegarmos no local marcado para o descanso e almoço, fizemos uma parada na comunidade dos Britos. Logo após seguimos para a Comunidade dos Paulos.  

Alguns integrantes do grupo aproveitou para lavar roupas. 

"Uma enorme lagoa se formou nesta comunidade que fica em uma planície. A lagoa aumentou depois que os ventos mudou de lugar uma grande duna, vários quilômetros para o norte, formando um paredão ao lado da Queimada dos Britos, há cerca de dois anos. Por causa disso, segundo contou o Sr. Massun, a comunidade dos Britos passou a sofrer com problemas de alagamento. Já a comunidade dos Paulos, que antes sofria muito durante o período seco, passou a ter água de sobra o ano inteiro, como esta bela lagoa."  



Segundo da direita: Tealbes (Teté) nosso guia.

No final da tarde uma grande chuva provocou indecisões no grupo, se seguíamos a caminhada para acampar mais a frente ou dormiria ali mesmo e partiríamos na madrugada para o último trecho do percurso que seria a cidade de Santo Amaro. 

Resolvemos aguardar um pouco mais e assim que o tempo melhorou partimos para mais um trecho. Alguns integrante do grupo resolveu seguir de quadriciclo para Santo Amaro, enquanto o restante, segui a caminhada mais um pouco a frente, montando acampamento mais uma vez entre dunas e lagoas.  


14/06/2014


Novamente as 04 horas da manhã fomos acordado, porém dessa vez por Tânia que amanheceu disposta. 




Chegamos em Santo Amaro e a nossa acomodação era na Pousada Cajueiro, lugar aconchegante e de bons serviços. 


Santo Amaro do Maranhão

15/06/2014


Esse dia foi reservado para passeios mais tranquilos; contratamos duas toyotas para nos levar para a comunidade de Betânia e aproveitar algumas lagoas durante o percursos.   






Para completar a nossa estadia em Santo Amaro, fomos convidado pela atendente do hotel, para uma noitada ao som dos Reisados, próximo a sua casa. 



16/06/2014

Quando já pensávamos que a aventura estava acabando, a viagem de volta para a cidade de Humberto de Campos fui apoteótica. O barco que contratamos apresentou umas falhas e acabamos indo no barco do Sr. Jeremias, barco "Jesus te ama", que faz carreto de material de construção entre as duas cidades, em uma viagem que dura em torno de 04 horas de navegação.


"De barco, atravessamos pântanos, buritizais e manguezais, cruzamos com  manadas de búfalos, barquinhos de pescadores e barco escolar, passamos na beira de casas de ribeirinhos, além de podermos desfrutar os vôos de inúmeras garças e belos guarás, que com seu forte tom avermelhado deixou a todos encantados. Foram quatro horas até Humberto de Campos, sob um sol fortíssimo que obrigou a todos a beber muita água e se proteger como pode com suas cangas e similares".  









Da cidade de Humberto de Campos seguimos de ônibus para São Luis, e ficamos hospedado em uma bela pousada na parte velha da cidade. 


17/06/2014


Dia dedicado para conhecer um pouco da cidade dos azulejos e seguir a viagem de retorno para as nossas cidades de origem. 


São Luis do Maranhão




Final da aventura. 

Só temos muito a agradecer a companheira Tânia pela excelente logística da viagem, que foi pensado em tudo para o ótimo acolhimento em todos os sentidos.