Uma das marcas simbólicas do Caminho de Santiago. Juntamente com as setas amarelas (vide texto anterior, Las flechas amarillas, 19/07/2010), a Vieira – Concha de moluscos encontrado na região costeira da Galícia – é o símbolo condutor dos peregrinos há milhares de anos. Elas são estilizadas, de acordo as localidades, transformando-as numa identidade regional.
As explicações sobre sua simbologia, ligada a peregrinação, no geral, diz respeito à associação a chegada dos restos mortais do apóstolo Tiago pelo mar.
Estejam elas atribuídas aos milagres do Santo ou, simplesmente, como referencias taxativa da volta dos despojos do Apóstolo, à Península Ibérica, pelo mar; hoje, é uma lembrança indispensável como “prova” material da peregrinação, ou visita, a cidade de Santiago de Compostela.
As explicações sobre sua simbologia, ligada a peregrinação, no geral, diz respeito à associação a chegada dos restos mortais do apóstolo Tiago pelo mar.
Estejam elas atribuídas aos milagres do Santo ou, simplesmente, como referencias taxativa da volta dos despojos do Apóstolo, à Península Ibérica, pelo mar; hoje, é uma lembrança indispensável como “prova” material da peregrinação, ou visita, a cidade de Santiago de Compostela.
Porém, outras probabilidades sobre a ligação da Vieira a Peregrinação são levantadas por outros pesquisadores.
(1) “A concha de certos moluscos era utilizada pelos povos da Península e do Sul de França para beber água, muito antes do cristianismo, quando se faziam peregrinações a Finisterra (ao fim do mundo) em adoração do pôr-do-sol. Chegando à beira-mar, estes peregrinos pré-históricos recolhiam as vieiras na praia como prova da sua viagem. Com o tempo, a vieira transformou-se no símbolo das peregrinações a Santiago de Compostela, em alusão à vinda do santo de barco para a Galícia, passando a ser comercializada como “recuerdo” e como prova de que tinham realmente chegado ao santuário. Os peregrinos levam-na pendurada ao pescoço e usam-na para saciar a sede nas fontes por onde passam”.
(2) [...] Mas um peregrino espanhol que encontrei no Caminho, já idos, abriu-me os olhos para outras possibilidades. Disse que o Caminho de Santiago cristão é apenas parte da história. Desde tempos que se perdem na memória, e que são bem anteriores a Cristo, a rota era sagrada para muitas religiões pagãs – que tinham na concha de vieira um de seus símbolos recorrentes. Essas religiões floresceram no período matriarcal da história, muito antes da era cristã, e eram diretamente ligadas ao culto da Grande Mãe Mediterrânea, a mais importante divindade naqueles tempos.
No decorrer da era greco-romana, implantaram-se na Península Ibérica cultos muito poderosos ás deusas Ártemis, Íris, Cibele e Afrodite, entre outros. Muitos de seus santuários situavam-se em pontos estratégicos do caminho. Enquanto o processo de conversão ao cristianismo estava em curso na Europa, o culto às antigas deusas persistia. À medida que passou a dominar, a religião cristã procurou absorver de algum modo os cultos pagãos anteriores, ainda muito fortes para serem aniquilados. Um grande número de igrejas cristãs no Caminho de Santiago, inclusive a Catedral de Compostela, foi erguida sobre as ruínas de templos pagãos.”
(1) Fragmento dos textos de Rosário Sá Coutinho e Inês Teotónio Pereira. Os Caminhos de Santiago: Passo a passo seguindo as pegadas dos peregrinos pelos seis principais Caminhos Portugueses. Revista Evasões, Ano 1, abril de 1999, nº 12. p,55
(2) Trecho do texto: Santiago da Via Láctea, de Luis Pellegrini. Os Pés Alados de Mercúrio: Relatos de viagens à procura do self / Luis Pellegrini. São Paulo: Axis Mvndi, 1997, p, 188.
Para saber mais, acesse: http://www.caminhodesantiago.com/walter/concha.htm
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