"Nem eu nem ninguém pode viajar essa estrada por você. Você deve atravessá-la sozinho"

Walt Whitman

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O Caminho de Santiago de Compostela: um trabalho de consciência

Fotos e texto: Emanoel Braga


A tradição do Caminho de Santiago de Compostela como uma das maiores rotas de peregrinação do Ocidente desde a Idade Média está cada dia mais viva; gente disposta a refazer os passos de São Francisco de Assis, Santa Isabel de Castela, Santo Amaro, Santa Brígida, São Geraldo, Santo Domingo de La Calzada, San Juan de Ortega, João XXIII, Baby Consuêlo ou melhor Baby do Brasil, Shirley MacLaine, Paulo Coelho, entre tantos outros famosos, santos, beatos e anônimos. Segundo dados do escritório central da Catedral de Santiago, cerca de mil pessoas, em peregrinação, chegam atualmente à cidade, diariamente. A procura por este roteiro vem acontecendo há mais de um milênio. A rigor, desde o século IX, quando os peregrinos atravessaram a pé quase todo o norte da Espanha, sentido leste à oeste, rumo à Santiago de Compostela, o trajeto e os rituais ainda são os mesmos, nessa que é uma das três principais rotas de peregrinação cristã – as outras são Jerusalém e Roma. Mas, evidentemente, há diferenças. Agora, nem todo mundo vem em busca da salvação do espírito, embora este seja um dos objetivos, principalmente neste ano de 2010, cujo dia 25 de julho (dia de Santiago), cai exatamente num domingo, sendo chamado de Ano Santo Jacobino por determinação do Vaticano - Ruta Jacobea (ou Xacobea, em galego) como também é chamado o Caminho de Santiago (Jacobus é o nome do apóstolo em latim). Nestas ocasiões é concedida aos fiéis que visitarem a cidade a indulgência plena, ou seja, o perdão de todo o pecado. A tradição começou no século XII, através da bula Regis Æterna, decretada pelo Papa Alexandre III.

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