"Nem eu nem ninguém pode viajar essa estrada por você. Você deve atravessá-la sozinho"

Walt Whitman

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

POVOADO CELTA NO CAMINHO DE SANTIAGO

Foto 01 - Vista panoâmica do Cebreiro

Foto 02 - Marco referencial (O Cebreiro)

Foto 03 - Vista do povoado (O Cebreiro)

Foto 04 - Albergue do Cebreiro

O Cebreiro é um povoado de origem Celta (pré-românico), na província de Lugo, primeira localidade da Galícia, e que, ainda, conserva traços da sua arquitetura original. As palhoças, chamadas “chouzas”, são habitações circulares de pedras e teto em palhas de centeios, que eram destinadas tanto a habitação como para o gado. Nesta localidade, também se encontrada uma das mais antigas igrejas do caminho, Igreja Santa Maria La Real, do século IX. Nela aconteceu o milagre eucarístico, a transformação do pão em carne e do vinho em sangue. (Fotos 01 a 06)

MITOS

Como o povoado do Cebreiro situa-se a 1.300 metros de altitude, é comum no inverno ficar coberto de neve. O livro “O enigma de Compostela” de A. J. Barros, conta a história relacionada ao milagre do cálice, que aconteceu no inverno do ano 1300, quando, durante a eucaristia, a hóstia transformou-se em carne e o vinho em sangue; com isso, acredita-se que o mesmo seja o Santo Graal. Como segui a história:

“Em uma dessas noites rígidas de frio e também de muita chuva, um camponês subiu o morro para assistir à missa que um padre pouco crente celebrava para cumprir sua obrigação. Quando viu o pobre homem tremendo de frio entrar na igreja, pensou: “O que será que esse imbecil veio fazer aqui com essa tempestade? Só para ver um pedaço de pão e um pouco de vinho?”. – Nesse instante ocorreu o milagre do Cebreiro. Foi como se Deus quisesse mostrar ao mudo, mais uma vez, que a salvação está no sacrifício e, naquele momento, quando o padre ironizava a fé do camponês, o pão se transformou em carne e o vinho se transformou em sangue.
[...] O padre e o camponês estão enterrados na Capela dos Milagres, nessa mesma igreja.
[...] – Mas os milagres não pararam. O cálice com o qual o padre celebrava aquela missa começou a ser venerado como sendo o Santo Graal. Dizem que a rainha Isabel, a Católica, quis se apossar dele e ia levando-o embora na carruagem real, mas, ao chegar ao lugar chamado Pereje, logo abaixo do Cebreiro, aconteceu outro fenômeno espantoso: os cavalos pararam e se recusaram a continuar. Ela compreendeu que estava cometendo um grave pecado e pediu ao cocheiro para voltar. Os cavalos obedeceram docilmente ao comando de volta e ela devolveu o cálice à pequena igreja. Depois os cavalos passaram por Pereje sem nenhum problema, rumo a seu castelo”.

Visitando a Igreja, o guia local, contou que a Rainha Isabel, após a visita, mandou construir o relicário em cristal para que fosse guardado o “Santo Cálice”. Na mesma capela também existe uma imagem da Virgem Maria, em madeira, conhecida como “Senhora do Santo Milagre”, que, segundo o guia, a estatueta tem a cabeça um pouco inclinada, para frente, em sinal de reverencia ao presenciar o devido milagre (Fotos 07 a 09)

Entre os inúmeros documentos que atestam o milagre, esta a Bula Papal de Inocêncio VIII, de 1487, e a do Papa Alexandre VI, de 1496.

Entre agosto e setembro é comemorada a festa do Corpo de Deus e as relíquias, tanto da imagem quanto do cálice, saem em procissão.


Fontes: BARROS, A. J. O enigma de Compostela. São Paulo: Geração Editorial, 2009, pp. 373 e 374.

Para conhecer mais: http://pt.wikipedia.org/wiki/Palho%C3%A7a_(constru%C3%A7%C3%A3o), acessado em 03/09/2010.

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