Fazendo a opção de começa-la a partir da cidade de Andaraí, o caminhante deve seguir o caminho no sentido da Cachoeira do Ramalho, Serra do Roncador. Os primeiros 8 km tem uma predominância em aclive até chegar em um assentado ou platô. Na subida avistam-se a nascente do Rio Baiano, encravado na Serra da Onça e, ao longe, a vista panorâmica do Marimbu, região pantaneira da Chapada, sobre o Vale de Andaraí.
Atingindo o alto da montanha, a paisagem se perde ao longe do maravilhoso Vale do Cachoeirão, situado entre as serras do Sobradinho e a do Canto Escuro. É no Vale do Cachoeirão que reside uma das lendas viva do Vale do Paty, o Senhor Eduardo, personagem inúmeras vezes fotografados pelo fotógrafo Araquém Alcântara.
Nesse trecho, a trilha começa a descer a famosa Ladeira do Império, calçada em lajedos de pedras da época do garimpo de diamantes, no século XVIII. A trilha Andaraí-Guiné, como praticamente todas as da Chapada Diamantina, foi aberta por tropeiros que abasteciam os garimpeiros em busca de ouro e diamante nos confins da Serra do Sincorá. A Ladeira do Império é íngreme e de terreno pedregoso. Tem uma vegetação exuberante. Na descida, exige atenção e cautela.
Chegando ao vale, encontra-se o Rio Paty. Atravessa para a margem esquerda e segui a trilha acompanhando a margem direita do Rio Cachoeirão, até chegar à casa do Senhor Eduardo, onde poderá se alojar ou acampar. Hoje outros moradores já prestam serviços com acolhida aos trilheiros.
Desse ponto o mochileiro pode continuar seguindo a margem direita do Rio Cachoeirão, até alcançar no final do boqueirão às Cachoeiras, conhecidas com o nome de Cachoeirão. Passeio para mais um dia.
Retornando sentido Rio Paty, encontra-se, mais a frente, uma ponte de concreto do lado direito, mas não precisa atravessá-la. A trilha continua margeando o rio pelo lado esquerdo, até chegar a uma localidade conhecida como Prefeitura, casebre erguido para servir de alojamento aos mercadores na primeira metade do século passado. Aqui, já no meio do Vale do Paty, a paisagem delineia belas montanhas e o terreno começa a um ligeiro aclive, sentido ao chamado Paty de Cima, cerca de 4 quilômetros de distancia.
Nas imediações do Morro do Castelo, ou “Morro dos Cinco Dedos”, como alguns a chamam, encontra-se a casa de Senhor Wilson, outros pioneiro nos serviços de acolhimento aos trilheiros no Vale do Paty.
Inúmeras trilhas podem ser feitas a partir da Casa de Sr. Wilson. Subida ao Morro do Castelo, no qual possui uma caverna no seu topo; uma para o Cachoeirão por cima; ao Gerais do Vieira; a Cachoeira do Funil, entre outras.
No dia seguinte seguimos caminho no sentido dos Gerais do Rio Preto, para o povoado do Guiné. Uma íngreme ladeira, a partir da casa de Senhor Wilson, nos leva até o topo do morro ou passo. Uma bela paisagem descortina para o Vale do Paty.
Descendo uma acentuada ladeira, chega-se a Ruinha, localidade que também é utilizada como ponto de apoio aos mochileiros. A partir daí o caminhante tem duas opções sentido Gerais do Rio Preto, uma mais curta, tomando um atalho por uma íngreme subida na qual envolve uma pequena “escalaminhada”, um misto de caminhada e escalada por pedras e encostas. Ou seguir o caminho até chegar ao final do paredão da encosta da Serra do Gerais do Rio Preto, bem mais longa.
Atingindo o platô, o panorama descortina para uma magnífica visão do Vale do Paty, na esquerda desfruta-se a belíssima paisagem onde figura o grandioso Morro da Lapinha, também conhecido como Morro Branco do Castelo ou Morro Branco do Paty.
Antes de encararmos a íngreme descida da Ladeira do Beco, fomos observar uns registros de pinturas rupestres.
Amei, lindo dms.. Desde o tempo em que eu frequentava o controle q sonhava c essa trilha...Amei o texto.
ResponderExcluirMuito bom post meu caro...
ResponderExcluirA travessia é mesmo uma das mais belas trilhas que há.
Onde fica esse sítio de pinturas rupestres do morro do Beco?
Parabéns pelo blog
Abs
Se quiser postar aqui algo lá do blog, estamos aí...
Obrigado pessoal pela visita. Quanto ao sítio das pinturas rupestres Márcio, fica há poucos metros antes de descer a ladeira, ou seja, no morro a direita, pouco conhecem. São poucos registros, alguns já estão bem apagados por conta da ação do tempo e o pior, dos "homens".
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