"Nem eu nem ninguém pode viajar essa estrada por você. Você deve atravessá-la sozinho"

Walt Whitman

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Vale do Paty - Chapada Diamantina - Bahia

TRILHA DO VALE DO PATY

Opção 01: Andaraí - Paty - Guiné

A trilha é nomalmente feita em três dias de caminhada, com duas noites dormidas ao longo do trajeto, em barracas, casas de moradores, grutas ou pontos de apoios. Porém não existe uma regra rígida quanto ao tempo de conclusão. Dependendo do tempo disponível e da disposição, pode-se aproveitar para outras trilhas bifurcadas ou terminá-la em menos tempo, desde que com um ritmo bem acelerado, o percurso total tem em média 32 quilômetros.

A trilha que corta o Vale do Paty é uma das mais bonita do Parque Nacional da Chapada Diamantina. Ela caracteriza pelo amontoado de pedras sobrepostas que acompanham o relevo acidentado do vale, margeando o rio Paty.

Fazendo a opção de começa-la a partir da cidade de Andaraí, o caminhante deve seguir o caminho no sentido da Cachoeira do Ramalho, Serra do Roncador. Os primeiros 8 km tem uma predominância em aclive até chegar em um assentado ou platô. Na subida avistam-se a nascente do Rio Baiano, encravado na Serra da Onça e, ao longe, a vista panorâmica do Marimbu, região pantaneira da Chapada, sobre o Vale de Andaraí.





Atingindo o alto da montanha, a paisagem se perde ao longe do maravilhoso Vale do Cachoeirão, situado entre as serras do Sobradinho e a do Canto Escuro. É no Vale do Cachoeirão que reside uma das lendas viva do Vale do Paty, o Senhor Eduardo, personagem inúmeras vezes fotografados pelo fotógrafo Araquém Alcântara.


Vista panorâmica do Vale do Cachoeirão

Vista panorâmica do Vale do Paty

Nesse trecho, a trilha começa a descer a famosa Ladeira do Império, calçada em lajedos de pedras da época do garimpo de diamantes, no século XVIII. A trilha Andaraí-Guiné, como praticamente todas as da Chapada Diamantina, foi aberta por tropeiros que abasteciam os garimpeiros em busca de ouro e diamante nos confins da Serra do Sincorá. A Ladeira do Império é íngreme e de terreno pedregoso. Tem uma vegetação exuberante. Na descida, exige atenção e cautela.


Chegando ao vale, encontra-se o Rio Paty. Atravessa para a margem esquerda e segui a trilha acompanhando a margem direita do Rio Cachoeirão, até chegar à casa do Senhor Eduardo, onde poderá se alojar ou acampar. Hoje outros moradores já prestam serviços com acolhida aos trilheiros.

Rio Cachoeirão


Casa de Senhor Eduardo - Paty de Baixo ou Vale do Cachoeirão

Senhor Eduardo

Instalações simples, porém um serviço acolhedor.


Desse ponto o mochileiro pode continuar seguindo a margem direita do Rio Cachoeirão, até alcançar no final do boqueirão às Cachoeiras, conhecidas com o nome de Cachoeirão. Passeio para mais um dia.

Retornando sentido Rio Paty, encontra-se, mais a frente, uma ponte de concreto do lado direito, mas não precisa atravessá-la. A trilha continua margeando o rio pelo lado esquerdo, até chegar a uma localidade conhecida como Prefeitura, casebre erguido para servir de alojamento aos mercadores na primeira metade do século passado. Aqui, já no meio do Vale do Paty, a paisagem delineia belas montanhas e o terreno começa a um ligeiro aclive, sentido ao chamado Paty de Cima, cerca de 4 quilômetros de distancia.






Rio Paty


Paty do Meio - Prefeitura

Nas imediações do Morro do Castelo, ou “Morro dos Cinco Dedos”, como alguns a chamam, encontra-se a casa de Senhor Wilson, outros pioneiro nos serviços de acolhimento aos trilheiros no Vale do Paty.

Inúmeras trilhas podem ser feitas a partir da Casa de Sr. Wilson. Subida ao Morro do Castelo, no qual possui uma caverna no seu topo; uma para o Cachoeirão por cima; ao Gerais do Vieira; a Cachoeira do Funil, entre outras.


Casa de Senhor Wilson - Pary de Cima






No dia seguinte seguimos caminho no sentido dos Gerais do Rio Preto, para o povoado do Guiné. Uma íngreme ladeira, a partir da casa de Senhor Wilson, nos leva até o topo do morro ou passo. Uma bela paisagem descortina para o Vale do Paty.



Vista panorâmica do Vale do Paty de Cima

Descendo uma acentuada ladeira, chega-se a Ruinha, localidade que também é utilizada como ponto de apoio aos mochileiros. A partir daí o caminhante tem duas opções sentido Gerais do Rio Preto, uma mais curta, tomando um atalho por uma íngreme subida na qual envolve uma pequena “escalaminhada”, um misto de caminhada e escalada por pedras e encostas. Ou seguir o caminho até chegar ao final do paredão da encosta da Serra do Gerais do Rio Preto, bem mais longa.

Vista da Ruinha


Localidade conhecida de Ruinha

Igreja da Ruinha

Atingindo o platô, o panorama descortina para uma magnífica visão do Vale do Paty, na esquerda desfruta-se a belíssima paisagem onde figura o grandioso Morro da Lapinha, também conhecido como Morro Branco do Castelo ou Morro Branco do Paty.

Vale do Paty e Morro do Castelo (esquerdo)
Morro Branco do Paty

Morro Branco do Paty e vista da Ruinha

Seguindo a campina em frente, pelos vastos Gerais do Rio Preto, chega-se a ladeira do Morro do Beco, vertente ocidental da Serra do Sincorá, na qual alcança a encantadora Vila do Guiné.

Rio Preto

Antes de encararmos a íngreme descida da Ladeira do Beco, fomos observar uns registros de pinturas rupestres.


Vista panorâmica da Vila do Guiné

Sítio de Pinturas Rupestres

Pinturas Rupestres no Morro do Beco

Vila do Guiné

Vista panorâmica da Serra do Sincorá

3 comentários:

  1. Amei, lindo dms.. Desde o tempo em que eu frequentava o controle q sonhava c essa trilha...Amei o texto.

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  2. Muito bom post meu caro...
    A travessia é mesmo uma das mais belas trilhas que há.
    Onde fica esse sítio de pinturas rupestres do morro do Beco?
    Parabéns pelo blog
    Abs

    Se quiser postar aqui algo lá do blog, estamos aí...

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  3. Obrigado pessoal pela visita. Quanto ao sítio das pinturas rupestres Márcio, fica há poucos metros antes de descer a ladeira, ou seja, no morro a direita, pouco conhecem. São poucos registros, alguns já estão bem apagados por conta da ação do tempo e o pior, dos "homens".

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