Etapa: Melide à Pedrouzo de Arca

24 de abril de 2010 - Etapa: Melide à Pedrouzo de Arca

Acordei com uma estranha sensação. Sabia que seria a última dormida antes de chegar a Santiago de Compostela, pois se tudo ocorresse bem, poderia dividir os 50 quilômetros que faltavam para chegar a Santiago de Compostela em duas etapas de 25 km cada. Assim se conseguisse andar mais um pouco no dia de hoje, os quilômetros restantes seria menor e poderia chegar mais cedo em Santiago há tempo de assistir as celebrações do meio dia dedicado aos peregrinos.

Saída de Melide

O caminho apresenta grande quantidade de aclives e declives devido a topografia do terreno. Porém grande parte dele é feito por áreas de bosques de eucaliptos e outras vegetações. Alguns pontos chamam a atenção dos peregrinos, como por exemplo a presença de barracas de acolhimento desertas, a serviços e consciência dos usuários que, depois de se servirem, poderiam deixar o valor depositado em uma caixa.

Um dos pontos relevantes é sem dúvida o aprazível Albergue de Rebadiso de Baixo, lugar que nos convida a uma parada para um descanso e a vontade de uma parada mais demorada ou até mesmo um pernoite em uma próxima caminhada.

Ribadiso de Baixo

Ponte de Ribadiso

Manada em Ribadiso de Baixo

Manada em Ribadiso de Baixo

O albergue Municipal de Pedrouzo fica no inicio da cidadela, então resolvi procurar um mais próximo ao pequeno centro. Optei em ficar hospedado no Albergue Portal de Santiago, albergue privado mais com valor relativamente igual os públicos.

Uma música dominava o ambiente o que mim fez entrar em uma profunda melancolia. Uma estanha mistura de completude e esvaziamento dominou-me completamente. Resolvi lavar as roupas, antes de procurar algum restaurante para comer alguma coisa.

Depois de deixar as roupas enxugando no terraço do albergue, fui procurar um restaurante que pudesse servir alguma refeição devido o horários ser ainda cedo para o hábito dos espanhóis.

Encontrei um da rede CHE, um misto de cafeteria, restaurante, panaderia e pastelaria. Entrei e perguntei a atendente ser era ainda possível servir o Menu do Dia. Tendo a resposta afirmativa, pedir o cardápio e como é sempre incluído no menu vinho ou água solicitei o vinho pois naquele dia iria beber sim, todo a jarra ou garrafa que aparecesse.

A comida foi uma delícia. Mas a estranha sensação explodia lá mesmo. Fui dominado por um choro compulsivo. Coloquei todo o sufoco preso na garganta para fora.

Retornei ao albergue, antes telefonei para o Brasil onde compartilhei dessa vitória a um amigo.

Pedrouzo de Arca