"Nem eu nem ninguém pode viajar essa estrada por você. Você deve atravessá-la sozinho"

Walt Whitman

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Jardim Japonês

Foto: Jardim Japonês
Etapa Sárria a Portomarin

Passando pela trilha do Caminho de Santiago, em alguma localidade da Galícia - etapa Sárria a Portomarin - confrontamos com um verdadeiro jardim japonês, possivelmente, sem ter sido composto por nenhum mestre da arte de criação dos jardins japoneses.

Esse pequeno trecho do caminho nos convida a contemplação. De visual leve e preciso, os menos apresados, percebem que a harmonia desse trajeto nos transmite paz e, por que não, espiritualidade. Ali os aspectos visuais como as texturas e as cores, combinados a partir da composição dos elementos que incluem a água, as pedras, as plantas, as madeiras e a luz do sol, são tão importantes quanto os elementos filosóficos, religiosos e simbólicos apresentados nos jardins orientais, sugerindo repouso e meditação.

Os jardins japoneses têm como ponto de partida a reprodução da natureza, miniaturizando seus elementos, seja pela disposição das plantas, seja pelas formas de pedras e lagos. Nesse trecho do Caminho de Santiago, a composição das pedras disposta de forma predeterminada e casual, compondo montes ou trilhas para a passagem dos peregrinos, é um típico trabalho dos monges japoneses, onde os caminhos de pedras são importantes e nos conduzem a uma viagem por paisagens poéticas.

Na cultura oriental a pedra tem o sentido de conhecimento, longevidade, e principalmente eternidade. A utilização de pedras é considerado pelos mestres na arte de criação dos jardins japoneses como o elemento mais difícil de ser trabalhado com harmonia.


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